GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
A oposição decidiu suspender a obstrução aos trabalhos do Senado para votar três medidas provisórias que o DEM e PSDB consideram de "interesse relevante" ao país.
Depois de ameaçar obstruir todas as votações no plenário do Senado irritados com a postura do governo na CPI da Petrobras, líderes do DEM e PSDB fecharam acordo com os governistas para votar nesta quarta-feira as MPs que estabelecem o novo valor do salário mínimo, regulamentam a merenda escolar e liberam crédito ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
"Nós sugerimos inverter a pauta para votarmos essas matérias. Vamos votar contra o salário mínimo, a merenda escolar? Não. Nós mantemos nossa obstrução à medida provisória que cria o Fundo Soberano porque isso não é de interesse do país", disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).
As três MPs perdem a validade na próxima segunda-feira, por isso a oposição decidiu colocá-las em votação nesta terça-feira. Agripino disse que o DEM e o PSDB não queriam ser acusados de derrubar o novo valor do salário mínimo, que pulou de R$ 415 para R$ 465.
"Iam nos culpar. Invertemos a pauta para colaborar com matérias do interesse nacional", afirmou Agripino.
A oposição anunciou a obstrução às votações em represália à decisão da base aliada governista no Senado de ficar com a presidência e a relatoria da CPI da Petrobras. O DEM indicou o senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (BA) para a presidência da comissão, mas o governo não abriu mão de acumular os dois cargos de comando da comissão.
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