Fonte: FM PAN
Capitão Nascimento está de volta. Wagner Moura assume novamente o papel que se transformou num ícone do cinema nacional no policial "Tropa de Elite" (2007). Segundo o produtor Marcos Prado, sócio do diretor José Padilha, a continuação começa a ser rodada em janeiro
"O roteiro está praticamente pronto e recebendo os últimos retoques", explicou Prado ao UOL Cinema por telefone. O filme é assinado apenas por Bráulio Mantovani ("Linha de Passe"), ao contrário do primeiro, que contou com um time de roteiristas - inclusive Padilha. Prado também confirma que o elenco será o mesmo, incluindo André Ramiro, como Matias, e Fernanda Machado, como sua namorada.
Embora a história ainda seja sigilosa, Prado adianta que "Tropa de Elite 2" se passa nos tempos atuais. "Queremos abordar o que acontece com o capitão Nascimento 12 anos depois de abandonar o BOPE, como uma pessoa fica depois de sair da corporação".
O sucesso de "Tropa de Elite", no entanto, não garantiu facilidade para captar a verba de produção da sequência. "No primeiro filme, ninguém queria investir, porque era um filme que falava mal da polícia. Agora, é menos difícil achar investidores, mas mesmo assim, não captamos tudo ainda."
Prado ainda não fechou o orçamento de produção do "Tropa de Elite 2", mas acredita que deva ficar em torno do valor do primeiro filme, R$10 milhões. "A nossa intenção é filmar em menos tempo, economizar em alguns aspectos". Além disso, Moura e Mantovani também participam do filme como coprodutores. "Eles reduziram parte do cachê e receberão, então, um pouco da bilheteria do filme".
A ideia original era de "Tropa de Elite 2" ser uma série para a televisão, mas Prado disse que o resultado poderia ser superficial. "No cinema podemos abordar a atualidade de forma mais profunda com assuntos mais complexos, mais densos".
"Paraísos Artificiais"
Além de "Tropa de Elite 2", os dois sócios tocam outros projetos. "Paraísos Artificiais" deve entrar em produção logo em seguida, em meados do próximo ano. Esse longa marcará a estreia de Prado na direção de ficção, ele que é um respeitado documentarista ("Estamira").
"Quero falar sobre as drogas sintéticas e a facilidade com que são obtidas por jovens no Brasil, não apenas em raves, mas em qualquer lugar, em micaretas, no Maracanã". O roteiro está sendo escrito por Carolina Kotscho ("Dois Filhos de Francisco").
Ao levar a discussão sobre drogas para dentro de um drama familiar, Prado quer evitar rótulos e clichês. "Estamos trabalhando o roteiro, pensando se o filme deve ser mais aberto ou focar numa história".
Apesar de ainda faltar um ano para começar a rodar "Paraísos Artificiais", Prado já cogita Rodrigo Santoro para um dos papeis centrais. "Eu conversei com ele, que se mostrou interessado no projeto, mas ainda é cedo para fechar elenco. Quero primeiro lapidar o roteiro."